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Por que 1804 ?
     
    O nome Rito Escocês Antigo e Aceito foi anunciado para o mundo maçônico após a criação do primeiro Supremo Conselho em Charleston, Estados Unidos, em 31 de maio de 1801.
 
              Em 4 de dezembro de 1802, uma circular levou ao conhecimento dos maçons, principalmente europeus, a criação do Conselho-Mãe em Charleston, na Carolina do Sul, denominado Supremo Conselho dos Soberanos Grandes Inspetores Gerais, 33º e último Grau do Rito Escocês Antigo e Aceito.
 
              Antes de 1801, fora fundado pelo Conde de Grasse-Tilly, um Supremo Conselho nas Índias Ocidentais Francesas, com 33 graus. Entretanto, esse Supremo Conselho foi ignorado e abafado pelo Supremo Conselho norte-americano, que conseguiu fazer-se constar como o Supremo Conselho-Mãe do Mundo.
 
              Nos três primeiros anos de vida do Supremo Conselho norte americano, o Rito Escocês Antigo e Aceito permaneceu sem ritual próprio. Os Altos Graus funcionaram com os Graus de Perfeição do Rito de Heredom, acrescentados dos oito novos graus que totalizavam os 33. Os novos graus não eram Iniciáticos e ganharam conteúdo mais administrativo que litúrgico. Os Graus Simbólicos, na época conhecidos como Maçonaria Azul, foram os da ritualística norte americana.
 
              O segundo Supremo Conselho criado foi o de France, em 1804, quando também foi confeccionado o primeiro ritual dos graus simbólicos do Rito, o “Guide des Maçons Écossais”. Foi idealizado pelos maçons franceses, apelidados de “escoceses”, que fundaram nesse mesmo ano, 1804, uma nova Obediência Maçônica em Paris: a “Grande Loja Geral Escocesa”, mais uma Loja-Mãe do Rito Antigo Aceito, um modelo ritualístico recebido dos maçons integrantes da Grande Loja dos “Antigos” de Londres. A Grande Loja Geral Escocesa de Paris uniu particularidades do Rito Antigo Aceito, de origem operativa, praticado na Escócia, com a natureza hebraica do Rito de Perfeição e organizou um ritual para os graus ditos simbólicos do Rito Escocês Antigo e Aceito.
                            
 
Lojas-Mãe Escocesas na França
  
              Assim como no presente se associa naturalmente Supremo Conselho com Rito Escocês Antigo e Aceito, pode-se considerar a mesma associação no passado entre maçonaria azul e as Lojas-Mãe Escocesas. Na França, a primeira Loja-Mãe Escocesa foi a de Marselha, criada em 1751, coincidindo com a fundação da segunda Grande Loja em Londres, que se declarou dos “Antigos  Maçons”. A segunda Loja-Mãe na França foi a de Avinhão e a terceira, a Grande Loja Geral Escocesa, já referida, criada em Paris, em 1804, para organizar o ritual que serviu para os três graus básicos dos 33 da vertente latina do Rito Escocês Antigo e Aceito.
                            
 
Rito Escocês Antigo e Aceito nasceu sem graus simbólicos próprios . . .
  


ORIENTE COM DESNÍVEL GEOGRÁFICO E OS MESTRES INSTALADOS

         Em 12 de outubro de 1804, foi criado em Paris o Supremo Conselho de França, o segundo no mundo, para difundir na Europa o Rito Escocês Antigo e Aceito. Concebido, inicialmente, como Rito para Altos Graus, chegou dos Estados Unidos sem ritual próprio para os graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre. No dia 22 de outubro, uma Assembléia Geral do Supremo Conselho de França fundou, também em Paris, a Grande Loja Geral Escocesa para organizar o ritual francês das Lojas Azuis ( Blue Lodges) do Rito Escocês Antigo e Aceito (ainda não havia sido cunhado o termo simbolismo para os três primeiros graus), tendo por base o Rito Antigo Aceito, praticado pela Grande Loja de Londres de 1751, a Grande Loja dos auto-proclamados "antigos" maçons.
Na França, o Grande Oriente tinha como rito oficial, o Rito Escocês dos Modernos, ou Rito Francês, semelhante ao rito praticado pelas Lojas da Grande Loja de Londres de 1717, a primeira Grande Loja no mundo e denominada, pejorativamente,  pelos seus adversários,  como sendo dos "modernos"( os que inventaram ritual novo ).
Quarenta dias depois, um acordo entre Grande Oriente e Supremo Conselho viabilizou a prática do Rito Escocês Antigo e Aceito dentro do Grande Oriente de França.

COMEÇO DA CONTURBADA TRAJETÓRIA DOS GRAUS SIMBÓLICOS DO REAA

         O Grande Oriente fez misturas entre os dois ritos, em vários graus, principalmente porque praticou o Rito Escocês Antigo e Aceito no seu templo adornado para o Rito Francês.
No ano seguinte, 1805, os maçons do Supremo Conselho afirmaram que o Grande Oriente havia violado a combinação. Retiraram-se do Grande Oriente e passaram a trabalhar sozinhos. Por carência de membros preparados adequadamente, o Supremo Conselho, junto com a Grande Loja Geral Escocesa, ambos liderados pelo conde Alexandre de Grasse-Tilly, convidaram Oficiais do Grande Oriente para dirigirem os Altos Graus. Esses maçons oriundos do Rito Francês, não conheciam bem o Rito Escocês Antigo e ainda, muitos, desdenharam o direito do Supremo Conselho comandar o Rito, na França.
Sob o abrigo do primeiro Grão-Mestre Adjunto, o Príncipe Cambaceres, que havia aceitado ser Grão-Mestre de cada um dos sistemas escoceses, ou mesmo, a presidência de honra, a Grande Loja Geral Escocesa e o Supremo Conselho se entregaram com intensidade em toda a atividade que suas lideranças puderam realizar. No entanto, o Grande Oriente manteve com vigor o funcionamento do Rito Moderno e, ao mesmo tempo, lutou, ostensivamente, contra as tentativas das diversas autoridades do Supremo Conselho e da Grande Loja, de fazerem firmar-se o Rito Escocês Antigo e Aceito, como fora inicialmente organizado.

ESFACELAMENTO DO SUPREMO CONSELHO E DO REAA NA FRANÇA . . .

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