REAA ? - Oficina REAA

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R E A A ? ? ?
1.
      
Se um profano resolvesse fazer uma pesquisa sobre o REAA, passado e presente, não saberia o que concluir além do fato de se tratar de uma grande ‘salada de frutas’.
Começa pela sua construção dos graus. Em vez de começar dos mais baixos aos mais altos, é invertido. O simbolismo, que nasce depois dos chamados graus, sofre incontáveis enxertias, tornando-o um rito indecifrável, sem qualquer unidade. Os rituais, ao longo dos anos, após 1804, sofreram tantas modificações, que fica difícil, ou impossível, admitir qual é REAA e qual não o é, ou parecido é.

Se o pesquisador já estiver confuso, imagina analisar os rituais de cada Potência. Cada um será diferente do outro. Qual é o certo ?  Qual é o mais autêntico, mais próximo dos originais, qual o que representa de fato o REAA ?


Não é incomum, a cada nova administração de uma Potência, os rituais sofrerem modificações. Nunca são o que são. Hoje “é”, amanhã “não é”.

3.
Dado que a prática do REAA de Potência é majoritária no Brasil, mas que cada uma das Potências tem rituais próprios, existe REAA no Brasil ?  Se nos prendermos pelo nome, sim. Se nos prendermos ao conteúdo, quem sabe ?


Sugiro àqueles que duvidam de tamanha fragmentação da unidade original, leiam os diversos rituais do REAA, de diversas épocas e de diversos países e Potências, que este site está colecionando e disponibilizando aos que gostam de pesquisar e estudar. Observem a estrutura da Loja, posicionamento de colunas, de altar, de jóias, localização de aprendizes e companheiros, de funções de oficiais, etc. Verão constantes e incontáveis mudanças.


Uma pergunta, creio, poderia ser feita. Se todas as Potências e Supremos Conselhos defendessem os rituais originais, haveria tantas enxertias e alterações ? Talvez não haja interesse, porque por trás de todas estas mudanças há outros interesses que nem sequer tangenciam os aspectos ritualísticos do rito. São os aspectos que envolvem política, poder, vaidade, entre outros. Enfim, aspectos nada maçônicos.


Nelson André Hofer de Carvalho
2.

Estas alterações e enxertias ocorreram sob a “proteção” dos Supremos Conselhos. Os rituais do simbolismo nasceram independentes, soberanos, contendo muito do Rito Moderno, ou Francês, dominante à época na França. Sem a tutela dos Supremos Conselhos, que nos EUA utilizavam o Rito York como fornecedor de obreiros aos graus, o que já é uma certa incoerência, cada Potência acabou copiando parte dos rituais originais, já deturpados, e a eles produziu suas próprias concepções e ideias.


Ao analizarmos os rituais de origem francesa, portuguesa e os rituais que chegaram ao Brasil e suas vertentes em cada Potência, vê-se claramente que não há como dizer-se “estes rituais são do REAA”, mas sim, “estes são os rituais do REAA da Potência A, B, ou C.
De quebra, após o nascedouro das Grandes Lojas, com seus rituais específicos para as suas Lojas jurisdicionadas, sem qualquer preocupação com as origens do rito, outras Potências copiaram parte destes rituais embutindo em seus “autênticos” rituais.


Não bastasse toda esta sorte de parafernalha ritualística, também a partir da criação das Grandes Lojas, enxertou-se o ritual de Instalação de Venerável Mestre, o que foi, a seguir, adotado pelas demais Potências. As Grandes Lojas não cançam de inovar. Acrescentaram a leitura do Livro da Lei, que é uma cópia das leituras feitas na Antiga Loja de YorkShire.
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